Roço pensamentos inglórios
porém quem sabe,
delirantes

Assumo coisas que não sou
Derrubo lágrimas
com um falso sorriso

Lamento a perda
de não saber perder

Enterro a certeza de nao conseguir ser
ou
ir mais além do que sou
para todos
e talvez até para mim.

Na esperança mórbida
duma luta sem vencedores
morro na inércia...

Sobrevivo à margem
do dia,
Abro os olhos
no escuro da noite..

Aconchego-me nos delirantes braços
da lua,
fria,
translúcida,
pequena para pegar no colo..
todos os meus sonhos,
todos os meus medos,
todas as lágrimas

que choro
que chorei

Forças mágicas,
magias em que não acredito
sussuram-me palavras de revolta..

as quais não vou escutar
as quais vou ignorar
as quais...

não sabem quem eu sou

não sabem porque sofro
por quem sofro
porque escolhi sofrer...

Não sou mais que nada
não sou mais que ninguém

apenas sonho muito
E alto
tanto que nem eu consigo alcançar

sonhos tão nobres
tão fortes
jamais os saberei criar

Sou a magoa de um pesadelo
a lágrima de um choro

que não cessa
que permanece
que perdura

no tempo
no vento
na chama

Na tua alma
que me deixa estonteantemente louca

Na tua alma que me sufoca
que me derruba a cada passo

Na tua alma eterna
no desejo de te ter
comigo,
sempre...

tal como ontem

hoje...

e

amanhã.

Continuo a querer ser
mais como tu
mais como eu

menos como eu
menos como tu

totalmente igual a nós

Neste claustro de incertezas
onde se desnudam muros e castelos

desejos e vontades
inundam-se os corpos
e eu??

choro....